Júlia Oliveira se sensibilizou com a causa e é autora de ficção que retrata os desafios dos portadores com a doença
*Texto de Anne Caroline Bomfim – Jornalista
Ela tem apenas 19 anos, mas carrega sonhos de gente grande. A sergipana Júlia Oliveira, estudante do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe, é exemplo de criatividade, inteligência e amor ao próximo.
A jovem se descreve como uma pessoa curiosa. Sonha em ser professora universitária.A paixão pela docência, segundo ela, é fruto do seu talento natural para a escrita.
Em 2018, a escritora passou a acompanhar a história da personagem Amanda de Malhação. A 26ª temporada do folhetim, intitulada “Vidas Brasileiras”, retratou os desafios de uma adolescente diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica.
Júlia conta que imediatamente se identificou com a protagonista. Ela ficou sensibilizada ao ver o sofrimento da personagem, desde o diagnóstico, até a perda da mobilidade.
Eu não tinha ideia e não conhecia o que era a ELA. Também não tenho ninguém na minha família com a enfermidade. Mas a história me tocou tanto que passei a pesquisar mais sobre as doenças raras na internet
SOBRE A FICÇÃO
Foi aí que Júlia teve a ideia de publicar o livro “NÓS DUAS E ELA”. O romance digital gira em torno de Maria Antônia, portadora da Esclerose Lateral Amiotrófica. Por causa da doença, a personagem precisa se mudar para São Paulo.
“Ela se afasta de todos que ama. A reviravolta acontece quando a protagonista conhece Gabriel, um menino repleto de segredos que decide fazê-la feliz de qualquer jeito”.
Concomitante ao diagnóstico, Maria de Lourdes larga tudo para se dedicar de corpo e alma ao tratamento da irmã. Ela aceita tudo o que é imposto pela mãe, considerada super protetora por Antônia e ausente por Lourdes.
Júlia esclarecer que o livro não se trata de um romance romântico e sim uma história de duas irmãs vendo com olhares diferentes a mesma situação.
PUBLICAÇÃO
O presidente do Instituto Dr. Hemerson Casado, Hemerson Casado, que luta em prol dos portadores com doenças raras, elogia a iniciativa da jovem.
“Estou impressionado com tamanho talento. Quero parabenizá-la pela iniciativa”, resume. O cirurgião cardiovascular afirma que vai somar esforços para viabilizar a impressão da obra, em parceria com a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela) e Instituto Vidas Raras.
Júlia agradece. “Eu admiro muito o doutor Hemerson. O que mais me chama atenção é que ele é feliz, apesar das dificuldades. Ele não desiste”, destaca a artista.